domingo, 12 de agosto de 2012

Minha Flor


Venha comigo





Deixe-me te conduzir até as estrelas...
Lá onde saem garras do chão que te prendem facilmente ao destino.
Nesse lugar não existe rancor ou ressentimento,
Venha, conheça minha aquarela de ilusões forjadas como o mais puro dos vinhos.
Siga como a maré em noite de lua cheia e depois da segunda ilha, tu deves convergir a sua primeira direita.
Enxergue além dos seus olhos, sinta a leve brisa do entardecer que inebria o horizonte.
Ame, pelo menos uma vez, a vida e tudo que a cerca.
Escute a canções que eu tenho feito nos últimos tempos e cante comigo.
Dance comigo até o amanhecer ao som do oceano.
Beija-me como nunca, pois talvez não tenhas mais essa oportunidade.
Somente assim me conhecerás.
Mas, o grande vácuo que nos separa é sermos quem somos, pois como já dizia um velho amigo:

 - As pessoas talvez se conheçam por acaso. Contudo, reconhecemos as pessoas que ficam em nossa vida com a alma e isso não acontece por acaso.

Robert Carvalho

sexta-feira, 13 de julho de 2012

O aconteceu?







Ontem sua voz parecia tão límpida como a nascente mais pura. Sua luz encobria o Sol com tamanha facilidade que meus olhos mal podiam tocar seus feixes luminosos.
Em poucos instantes estávamos extasiados em uma desordem tamanha de sentimentos, que me roubou a alma.
O movimento cíclico no qual nos encaixávamos não se saciava em apenas mudar o curso da minha vida, necessitava aprisionar minha essência, silenciar minha música e roubar minhas cores, multando minhas mentiras em verdade.
 O mar chocou-se com o horizonte e quase de manhã transformou uma cidade em sonho e a natureza em um afã já esquecido.
Acredito que todas suas certezas possuem fundamentos claros e tangíveis, porem não consigo acreditar em sua capacidade de me fazer feliz novamente, não por apegos desnecessários ao passado, mas sim por sua paixão já esvaída.
Vejo-me em uma encruzilhada de mão dupla onde a razão e a emoção seguem sentidos opostos e que nos afasta a cada momento.
Venha para me salvar de você. Não permita que eu me permita a simplesmente te esquecer.
Embora sinto sua partida, desejo o seu regresso para dentro de mim.
Apenas nos permita errar novamente.

Robert Carvalho

domingo, 17 de junho de 2012

Tudo passa ou deveria passar?





Será que esse pensamento que agora expresso é mais uma linha desconexa de mim?
Talvez eu esteja cansado de ver, porém não enxergar.
Conhecer, porém fingir o desconhecido.
Viver e preferir não terem nascido.
Mas como eu saberia de descontentamento se eu não conhecesse o desconhecido?
Desabrocho com esplêndida desenvoltura a solidão a ternura, entre outros adjetivos, os quais eu tenho enraizado dentro de meu âmago.
Enfim, torno a mesma casa, mesmo gosto de vinho, mesmas roupas.
E quando bate a porta, ao acaso, a sensação de ter conhecimento de diversas coisas, beija-me a realidade da redundância.
Ó divina oportunidade concebida pelos deuses!
Esses que zombam de mim pelos quadrantes das ruas, sabem quão exato me remete o passado.
Dano a repetir-me como um jovem que um amou e foi amado, por tantas vezes rejeitado.
Quem é que disse que o amor torna nossa face reluzente?
Vejo marcas cravadas em meu rosto e nada resplandece. Tudo está cinza.
Hoje sou mais vil talvez. Afinal, todos desconhecemos o verdadeiro significado do amor propriamente dito.
Enquanto não descubro onde está meu verdadeiro lugar nisso tudo que apelidaram de universo, permaneço no mesmo lugar, em completa inércia, observando o movimento bucólico, pragmático e redundante no que me encontro.
Quem sabe um dia desse não encontro a felicidade.

   
Robert Carvalho

quarta-feira, 2 de maio de 2012

O que é o vazio?



O que é o vazio?




Cientificamente é considerado como ausência de matéria. Mas como decifrarmos o que sentimos? Se nossos anseios, dores e caráter são puramente abstratos.

É uma mera redundância, afirmarmos que os nossos sentimentos são algo intocável, imutável. Se o que dispõe de dor, ainda que não palpável, nos corrói tanto. Se o que chamamos de amor se resume na ínfima vontade de realização sentimental e pessoal.

Enfim, eis que se abre um novo horizonte para nós. Por que a cada sussurro seu, nasce uma constelação de luzes infinitas dentro de mim. A cada palavra que tu emites, meus jardins suspensos se recriam. Já pode imaginar o que causa tua ausência, né?

A sua ausência reflete de imediato a mim o mais puro vazio, o anonimato a minha falta de personalidade, pois afinal, tu já és parte incontestável de mim.




Robert Carvalho

sexta-feira, 30 de março de 2012

Infinitude





A cada palavra dita, cada sorriso, cada gesto te encontro.
Encontro, pois te vejo além de tuas meras retinas.
Quanto te olho, vejo.
Vejo não apenas a imensidão das cores, mas a alma...
A essência das noites com cheiro de jasmim
O doce véu que inebria o sol nas manhãs de inverno
O doce calor amalgama do céu e inferno
Não existe fruto tão puro capaz de me alimentar como o seu corpo
Fabulosa máquina de parar o tempo não apenas por segundo, mas por momentos...
Sim, momentos!
Momentos que me remetem a mais pura recordação.
Tão saudosista quanto à conquista do penta.

Enfim...
Compreendi que muito antes de tocar,
Tu tocavas meu amago com sua luz infinita do reencontro.

Robert Carvalho